O multiculturalismo ou diversidade cultural acontece quando pessoas de espaços culturais diversos são obrigadas a relacionar-se e a ter de conviver. Isto, despertou a curiosidade de inúmeros investigadores, entre eles, uns preocupam-se com a análise das diferenças culturais entre povos que habitam regiões distintas do globo, outros, dedicam-se a analisar o facto de, no mesmo espaço social, pessoas com culturas diferentes terem de lidar umas com as outras. O multiculturalismo acontece devido à imigração, o que leva à formação de diferentes grupos sociais, que podem vir a ser marginalizados pela população do país, o que os pode levar a isolar-se, e pode dar origem ao racismo ou outras formas de recusa. O multiculturalismo, ou seja, a existência de seres humanos com normas e hábitos culturais diferentes no mesmo espaço pode levar as pessoas a assumirem atitudes e condutas muito variadas, nomeadamente o etnocentrismo, relativismo cultural e interculturalismo. No etnocentrismo incluem-se nas pessoas que observam as outras culturas em função da sua própria cultura, tomando-a como padrão para valorar e hierarquizar as restantes, ou seja, consideram a sua cultura superior à dos outros querendo impô-la a todas as que não a seguem. Desta atitude podem resultar duas consequências: • incompreensão em relação aos aspectos das outras culturas, pois o etnocentrista é incapaz de aceitar os que não adoptam modos de vida semelhantes aos seus; • aumento da coesão dos elementos do grupo e do sentimento de superioridade da coesão dos elementos do grupo e do sentimento de superioridade em relação aos elementos das culturas com que têm de coexistir. Segundo este padrão, e para preservar a sua cultura, o etnocentrista pode assumir posturas negativas, entre as quais, a xenofobia, ou seja, ódio em relação aos estrangeiros; o racismo, isto é, repúdio violento de determinados grupos étnicos; o chauvinismo, que quer dizer, patriotismo fanático. Os defensores do relativismo cultural perspectivam as outras culturas a partir dos valores por que se regem, tal como os etnocentristas, mas afastam-se destes pois recomendam a tolerância face às diferentes expressões culturais. Isto é, os defensores do relativismo, consideram que todas as culturas são boas e é preciso preservá-las, devendo viver cada um na sua cultura e com os seus próprios valores, evitando qualquer hipótese de diálogo ou contacto, sendo um grupo que prime pela coexistência. Esta tolerância, sendo aparentemente uma atitude positiva, manifesta alguns aspectos negativos: • encerra a ideia de que cada cultura deve promover os seus próprios valores ficando fechada em si própria; • criam dificuldades ao diálogo entre culturas. Assim os relativistas tentam preservar a sua própria cultura e a melhor forma consiste em não se misturar com outras culturas; isolamento, já que, promove a separação entre culturas, não manifestando interesse em estabelecer contacto com povos diferentes; estagnação, já que consideram que o importante é manter as tradições, mas a cultura é algo de vivo que se deve adaptar a novas circunstâncias, para isso, os contactos entre culturas são altamente enriquecedoras. Já o interculturalismo tem como ponto de partida o respeito pelas outras culturas, defendendo o encontro, em pé de igualdade, entre todas elas. Isto é todas as culturas são boas, mas podem enriquecer-se mutuamente se se promover em diálogo intercultural, assim o interculturalismo prime pelo diálogo. O interculturalismo propõe-se a promover os seguintes objectivos: • compreender a natureza pluralista da nossa sociedade e do nosso mundo; • promover o diálogo entre as culturas; compreender a complexidade e riqueza da relação entre as diferentes culturas; • colaborar na busca de respostas aos problemas mundiais. Considerando-se que nenhuma cultura tenha atingido o seu total desenvolvimento, o diálogo entre culturas é o meio de possibilitar o enriquecimento mútuo de todas elas. O diálogo entre culturas corresponde a uma exigência do nosso tempo, já que á uma necessidade de dar respostas comuns a desafios que se colocam a toda a humanidade. Para tal é necessário ter um conjunto de valores morais partilhados, tais como: • salvaguarda dos direitos humanos; • apreço pela liberdade, igualdade e solidariedade; respeito pelas diferenças culturais; • promoção de uma atitude dialogante; implementação de uma tolerância activa.